Olá! Como estão as coisas por aí?
Nosso balaio desta sexta é internacional! Hoje é dia de comemorar o Dia Nacional da Noruega. A festa de forte apelo popular remete à assinatura da constituição em 1841. Os primeiros festejos, aliás, foram feitos por um poeta: Henrik Wergeland.
Portanto, para celebrar o syttende mai, trazemos cinco autores do país pra você conhecer.
✍🏾 Jon Fosse
Um dos grandes nomes da literatura norueguesa contemporânea, Fosse recebeu o Nobel de Literatura no ano passado. Sua obra inclui prosa, poesia, ensaios, contos, livros infantis e peças de teatro. No Brasil, já foi traduzido pela Companhia das Letras e pela Fósforo.
✍🏾 Sigbjørn Obstfelder
Expoente do modernismo literário, é ele quem abre a Coleção Norte-Sul com seu Noveletas (também disponível na Aboio Acessível). O autor ficou conhecido pela prosa que valoriza aspectos psicológicos e abstratos. Suas inovações literárias são fortemente influenciadas pela poesia de Charles Baudelaire, e seu impacto frequentemente é comparado ao das pinturas expressionistas de Edvard Munch, de quem era amigo.
✍🏾 Hanne Ørstavik
Hanne Ørstavik ganhou o prêmio Gyldendal em 2023 pelo conjunto de sua obra, que já foi traduzida para mais de 30 idiomas. Como Fosse, sua produção é um dos destaques da cena literária atual da Noruega. Chegou ao Brasil pela Aboio no ano passado com o comovente Ti amo, traduzido por Camilo Gomide.
✍🏾 Jon Ståle Ritland
Jon Ståle Ritland é um poeta e oftalmologista norueguês. É autor de três coletâneas poéticas e do ensaio Når det biokjemiske språk inntar litteraturens kropp [Quando a linguagem bioquímica adentra o terreno da literatura]. Publicado pela Aboio, seu livro Obrigado pela Comida é uma exploração apaixonada que ressignifica os alimentos através da poesia. A tradução é de Leonardo Pinto Silva.
✍🏾 Ulv Ulv Tommy Skoglund
Ulv Ulv Tommy Skoglund lançou seu primeiro romance, Silent Rebellion, em 2014. Seis anos mais tarde, começou a publicar Dilogien, uma série metaficcional que experimenta o romance como forma, linguagem e conteúdo, ficção e realidade. O autor ainda não foi publicado no Brasil, mas Guilherme da Silva Braga traduziu um excerto de seu trabalho para nossa revista FESTA, já disponível na Aboio Acessível.
🚨 S.O.S RIO GRANDE DO SUL
Enquanto isso, aqui no Brasil, a situação no Rio Grande do Sul continua bastante complicada por causa das enchentes e alagamentos. Considere doar para alguma das iniciativas abaixo!
Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ArpinSul)
Pix (CNPJ): 00.479.105/0005-07
Cozinhas Solidárias do MTST
Pix (e-mail): enchentes@apoia.se
Dados bancários (Itaú): ag. 4300 │ 99707-1
Movimento Negro Unificado (MNU)
Pix (celular): 55 99138 1717
Quilombo dos Machado
Pix (e-mail): quilombodosmachado@gmail.com
Retomada Nhe Engatu
Pix (CPF): 032.874.330-59
Federação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Rio Grande do Sul – FACRQ/RS
Pix (CNPJ): 46829258/0001-04
Retomada Xokleng Konglui
Pix (e-mail): culungteie@gmail.com
Retomada Gãh Ré Kaingang
Pix (CPF): 349.022.360-87
Muitas livrarias, escritores e editoras foram vítimas dos alagamentos. Abaixo, listamos as que conseguimos mapear até agora caso você queira ajudar.
Livraria Taverna
Pix (e-mail): livrariataverna@gmail.com
Brasa
Pix (e-mail): eventos@brasaeditora.com.br
Casa de Cultura e Resistência
Pix (e-mail): casadeculturaeresistencia@gmail.com
📚 PRÉ-VENDAS
O que está no forno pra você se deliciar! Lembrando que, ao comprar na pré-venda, você garante 10% de desconto, além de ter seu nome nos agradecimentos de todas as edições da obra.
o livro do gozo – até 19 de maio
No prefácio do livro, a escritora Aline Aimée, recorrendo a Georges Bataille, escreve que “o movimento erótico envolve uma espécie de morte do eu no outro, que promove uma superação temporária de nossa solidão fundamental”. Ler os poemas de Jessica Ziegler de Andrade é experimentar uma espécie de perecimento vivo que transforma o isolamento em apetite. Divididos em três partes – Góos, Mergulhos, jouissance –, os poemas reunidos em o livro do gozo abrem palavras e fluem em prol da contração de orgasmos físicos e imateriais, desaprisionando a experiência lírica e humana de seu estado de estiagem.
o pintor de biombo – até 26 de maio
Escrito entre 2021 e 2023, o pintor de biombo evoca e condensa a experiência da vida espiritual do autor no Mosteiro Urbano Zen Budista Therigatha Zazen, localizado na zona oeste da cidade de São Paulo. Se “leveza” e “meditação” são palavras mais ou menos esperadas no imaginário comum em torno do budismo, Diogo Mizael constrói uma prosódia instigante para expressar em poucas palavras – e às vezes numa só – o potencial de humor e crítica do haikai. Haikai, na poética do autor, não como mero corte estanque, antes como caminho, possibilidade, movimento.
Ninguém mexe comigo – até 03 de junho
Poeta, romancista e contista, Caio Girão é um autor versátil sem medo de se aventurar por diferentes gêneros. Tampouco sente medo de tabus – pelo contrário, mergulha em assuntos proibidos e tudo se torna matéria fértil para a sua literatura. Ninguém mexe comigo é a primeira coletânea de contos do “herdeiro da melhor contística das últimas décadas, realista como Rubem Fonseca e tão cortante quanto Marçal Aquino”, como define Joca Reiners Terron.
A Lança de Anhangá – até 09 de junho
Vencedor da edição de 2022 do Prêmio Literário Cidade de Manaus na categoria de contos, A Lança de Anhangá é o segundo livro de Ricardo Lima Kaate. O autor nos brinda com ficção científica, horror e fantasia ambientados no coração da Amazônia; mais do que mero cenário, porém, a floresta está viva e se torna uma personagem central nas histórias especulativas. Uma das narrativas está disponível no Portal Aboio.
não tatuo nomes – até 16 de junho
Colaboradora de longa data da Aboio, a poeta Samara Belchior lança seu novo livro pelo selo Cachalote. Em não tatuo nomes, as palavras se esparramam em diferentes direções, carregando signos e corpos para diferentes endereços e pessoas, nenhum deles nomeado. Na poética da autora, a experiência artística da palavra-corpo se torna uma criação conjunta dos destinatários possíveis e impossíveis. Se o fenômeno comunicativo tem um fim ou destino, o que ecoa como voz é a própria infinitude da linguagem de quem aprendeu a dedicar poemas.
🗣️ RECADOS DA COMUNIDADE
Para encerrar esta edição, trazemos uma indicação da nossa comunidade! Se você também tiver algum projeto legal para divulgar, é só entrar em contato com a gente pelo e-mail editora@aboio.com.br.
Dentro do nosso silêncio, de Karine Asth
Vencedor da categoria Romance de Entretenimento do Jabuti 2023, Dentro do Nosso Silêncio é narrado em primeira pessoa e acompanha a vida de Ana e Samuel. Há duas linhas temporais que se alternam ao longo dos 31 capítulos da obra. A primeira começa no divórcio entre o casal da trama e segue adiante. A segunda, faz o caminho inverso e inicia quando ambos descobrem que podem estar “grávidos” quando ainda nem cogitavam a possibilidade. A partir dessas temporalidades distintas o leitor compreende como foi o processo de desmoronamento do casamento a partir de tentativas frustradas de tentar engravidar, e, ao mesmo tempo, assiste o redescobrimento de si mesmo das personagens no pós-separação, em especial de Ana.
Amar elos Vermelhos, de Márcia Meira Basto
Originalmente publicada em 2005 como vencedora do Prêmios Literários da Cidade do Recife na categoria Ficção, a coletânea de contos ganha uma nova edição pela Editora Labrador. O trato impessoal da personagem sugere a leitura de uma experiência coletiva, abordando experiências que são de fácil identificação para as mulheres, como a menstruação, a transgressão de desobedecer aos pais e a paixão madura. Nos textos que compõem o epílogo, porém, Márcia se coloca como personagem, narrando o processo de criação da obra. Embora possa ser encarada como uma trajetória narrativa de Menina/Mulher, Amar elos Vermelhos não é um romance. Na verdade, cada capítulo é composto por episódios singelos, separados um do outro. Essa dificuldade em classificar a obra reflete uma qualidade da escrita de Márcia, que é a sua hibridez.
Por hoje é “só”, pessoal. Boas leituras e bom fim de semana!
Até a próxima,
Equipe Aboio