Olá, olá! Tudo bem por aí?
Estamos no turbilhão dos últimos preparativos para a Flip! E, se eu fosse você, ficaria de olho na sua caixa de entrada no começo da próxima semana, porque em breve vamos lançar todos os detalhes da nossa programação para quem quiser aboiar conosco em Paraty.
📅 Antes disso, porém, temos dois encontros hoje mesmo.
Em São Paulo, André Balbo lança Sem os dentes da frente, sua coletânea de contos inspirados por grandes nomes da literatura latino-americana como Julio Cortázar e Mariana Enríquez. Vai ser lá na Ria Livraria (R. Marinho Falcão, 58 – do ladinho do metrô Vila Madalena) a partir das 18h.
Já no Rio, Milena Martins Moura te espera na Livraria Travessa de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572) às 19h para celebrar O Cordeiro e os Pecados Dividindo o Pão. A autora vai bater um papo sobre sua poesia com Priscila Branco.
Esperamos vocês!
✍️🏽 Para quem não puder comparecer a nenhum dos lançamentos, trazemos o nosso top 5 da última quinzena para você ter um gostinho dos nossos pastos. Olha só quem aboiou por aqui:
“Tem bolo, mas bolo parece três da tarde. Há pão. Que pão? Baguete. Importa? Sempre. Que pão fatiado pede torradeira, para a faca da manteiga não arranhar miolos, e a superfície dourada e quente derreter a gordura e chupá-la toda, com a sede de um copo d’água no verão esturricante. Baguete é um barquinho que carrega um tapete de manteiga doce, sem tocar calor nenhum, para a boca ter a casca crocante, o miolo macio e a gordura que dissolve, três distintas texturas que se envolvem na língua de repente.”
Café com calma é uma crônica cheia de sabores de Ana Elisa Granziera
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“Da cozinha, / o labafero das tias cozinhando / que se mistura ao corte das verduras / e ao rapar do coco / que há de virar leite / pro peixe, / pro arroz, / pro feijão, / pro brêdo.”
Ainda no tema culinário, um trecho de Sexta-Feira Santa, poema de Luciano Duarte
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“Não sou antirresposta. É que não preciso responder. Ninguém precisa. Se fecho os olhos, contemplo os nomes das coisas todas boiando no ar. Feche os olhos você também: sem ver, o que sobra são palavras flutuando no breu, sem destino nem acaso: a escuridão derrota as palavras, sobretudo em mistério, cor e deriva! Domingo à tarde eu gosto de ler: me aninho na poltrona da sala, fecho os olhos e vou bebendo as narrativas e versos que se instalam à minha frente: o nada humilhando a miséria das palavras. Ontem queimei o meu último dicionário.”
Paulo Tassa repensa as palavras, o silêncio e a existência em Estar só: com cama
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“tinha medo de sentir o gosto do / corpo de Cristo / — não mastigar cuspir engolir / elas disseram / usei botas marrons na Eucaristia e as pupilas / alheias decalcaram minha ossatura frágil / as boas meninas usaram sandálias brancas / mas não sabiam nada sobre os Mistérios Gloriosos”.
Aqui, moulage I e mais um poema de Gabriele Rosa
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“Todos os domingos de manhã, dentro do Spa, Maria Ángeles, assim se chamava a rapariga, tremia ao ouvir a campainha. Embora as colegas a tranquilizassem, contando-lhe vários outros casos idênticos que conheciam, a venezuelana, nova no ofício, perguntava-se o que faria se algum colega do mestrado descobrisse o que fazia e quem lhe criaria o menino que tinha ficado em Caracas, com a sua velha avó, caso o homem a matasse. Sem outra solução, a gerente aconselhou-a a arranjar outro emprego. Mas os únicos que conhecia envolviam homens bem piores do que aquele. Maria Ángeles desesperava.”
E fechamos com Rosas e Champanhe, conto de Paula Campos
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Voltando a falar de Flip, o recado da comunidade de hoje é sobre um lançamento que vai rolar lá em Paraty. Se você for participar de algum evento durante a feira e quiser uma forcinha pra divulgar, é só mandar um e-mail com os detalhes para editora@aboio.com.br.
DEPOIS QUE A VIDA CHEGOU – MARIANA TORRES
Mãe de dois filhos – o primeiro, para quem as cartas são destinadas, e o segundo, que nasce quando o mais velho ainda é um bebê –, a protagonista não nomeada desta história reconstrói os acontecimentos de uma família, questionando também seus papéis como mulher, esposa, mãe e filha. Em aparente conformidade com a rotina, as cartas transbordam desabafos sobre o cansaço e a sensação de incompletude frente ao trabalho invisível. O livro será lançado pela Caravana Editorial na Flip, dia 25 de novembro, com sessão de autógrafos. Às 13h, a autora media a mesa “Como nasce um romance?”, sobre os diferentes processos criativos na construção de narrativas longas, com os autores Filipi Gradim, Gê Vitor, Hiran Roedel e Humberto Pereira. Os eventos acontecem na Casa Ópera (Rua Marechal Santos Dias, 25).
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Por hoje, ficamos por aí. Estamos ansiosos para encontrar vocês mais tarde, nos nossos lançamentos, ou na próxima semana, durante a Flip.
E nunca esquecer: o canto é conjunto.
Até breve,
Equipe Aboio