Olá! Tudo bem por aí?
Aqui nos nossos pastos, estamos em FESTA. Nos juntamos às colegas da Editora Fictícia, Lavoura Editorial e Macabéa Edições para lançar a segunda edição impressa de nossa revista – um verdadeiro carnaval literário composto pelos autores da casa, amizades queridas e artistas que admiramos.
Mais dois projetos incríveis estão no forno por aqui também. Um é O cordeiro e os pecados dividindo o pão, novo livro da grande poeta Milena Martins Moura e o outro é o nosso segundo romance, escrito por Otto Winck, o Forte como a morte.
Continua lendo que a gente te conta um pouquinho mais sobre esses lançamentos em pré-venda. Como sempre, a compra nesse período garante desconto no livro e no frete, além de gravar seu nome nos agradecimentos.
O CORDEIRO E OS PECADOS DIVIDINDO O PÃO - até 23 de outubro
Nas palavras de Priscila Branco, que assina o prefácio do livro, “(em) O Cordeiro e os Pecados Dividindo o Pão, o único milagre possível é o ato poético (...): ‘Eu estou escrevendo / Isso é um milagre’”. Num exercício de subversão, Milena Martins Moura faz o cordeiro – símbolo da castidade – sentar à mesa com os pecados. E gozar da companhia um do outro, “de corpo inteiro no indevido”. Para a professora Paula Glenadel da Universidade Federal Fluminense (UFF), Milena “assume para si uma voz incomum entre sua geração”, seja tratando de temas bíblicos ou dos “mistérios gregos”.
FORTE COMO A MORTE – até 30 de outubro
Uma criança alçada a santa, um padre em crise com a própria fé e uma investigação sobre a doutrina de kenosis. Um tríptico narrado a várias vozes, o novo romance de Otto Leopoldo Winck pincela uma história a partir da manhã na qual Rosália Klossosky acorda com misteriosas manchas vermelhas em ambas as mãos. Costurando passado e presente com ecos do futuro, o autor cria uma trama que continua atual apesar de ter sido escrita há quase duas décadas. A luta por terra e moradia, os conflitos religiosos e os dramas particulares dos personagens ainda têm a mesma relevância que tinham no começo do milênio. O Brasil de hoje não é tão diferente do Brasil de ontem, afinal.
Nosso enredo foi escrito em parceria com a Editora Fictícia, a Lavoura Editorial e a Macabéa Edições. Convidamos 100 artistas contemporâneos para desfilar nas alas dos contos, dos poemas, trechos de romances, traduções de pelo menos oito idiomas e muitas outras! Com a sua ajuda, queremos levar nosso bloco para Paraty: as vendas da revista vão custear nossa ida para a Flip. Preparamos recompensas incríveis para os apoiadores – é só entrar na nossa página do Catarse para escolher seu pacote.
Agora sim, sem mais delongas, vamos ao nosso balaio! Rufem os tambores para o top hits da Aboio na última quinzena.
“velho dirige fusca azul marinho desbotado até onde aluno precisar / estudante de química vende ovos caipiras no campus universitário / esportista do furgão reclama ao telefone ausência dela na garagem / docente perneta propõe resgatar voz do passado com história oral / bancária em temerosa direção promove uma indulgente autopiada / funcionária dileta pedida em casamento por motorista de chevette / professor estrangeiro afirma já ter desistido da reforma curricular”.
Humberto Pio compartilhou uma seleta de poemas de seu livro Talagarça (Editora Reformatório, 2022)
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“guiga acha a arte da punheta / prática / as texturas poucas / os tamanhos muitos
demora a entender circuncisão”.
batidas e mais dois poemas de Mabel
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“Eu preciso narrar tudo, disse ela, eu preciso contar cada acontecimento da minha vida todos os dias, pois eu sinto que eles desaparecerão se eu não dizê-los. Eu sou uma paródia musical feita para decorar a fórmula de bhaskara. Se eu esquecer a minha canção, eu me esqueço. Eu não quero me esquecer. Eu deixo o meu registro em cada canto, na esperança de tatuar e marcar e pixar os lugares com tudo que me desenha no mundo. Se eu não fizer isso, eu vou desaparecer.”
Porque nem só de poesia vive este portal, temos Noite e neblina, conto de Gabriel Themotheo
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“cada centavo conta cada segundo conta cada centímetro conta cada migalha / conta cada olhadela conta cada grama conta cada grão conta cada triz conta / cada bit conta cada pixel conta cada fio conta cada gota conta cada fresta / conta cada neco conta cada gole conta cada peça conta cada pedaço conta / cada caco conta cada ponto conta a vida é um grande por pouco”.
Um pouco da poesia de Luiz Renato de Oliveira Périco, presente em kairós (Patuá, 2023)
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“O impulso de pousar é sacerdotal: / assiste muito viva a transformação / da mariposa morta na parede / em tinta índigo / e o resto dos seus cabelos / na cor da sua vênus / inscreve-se e encerra o ciclo / da vida do imperador.”
Um trechinho de Imperatriz, poema em três partes de Maíra Dal'maz
RECADOS DA COMUNIDADE
Por fim, vamos aos recados da comunidade! Tem algum projeto que merece ser divulgado? Manda os detalhes pra editora@aboio.com.br pra aparecer por aqui. Não trazemos seu amor de volta, mas te ajudamos a descolar uns apoios!
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL – LUIGI RICCIARDI
Autopublicado em 2018 como A aspereza da loucura, o livro sai agora pela Patuá em edição revista e reescrita. O novo título vem da música homônima do grupo Legião Urbana, e os contos da coletânea fazem referência a diversas obras da literatura. Ao tentar descobrir o Brasil, Lugi Ricciardi e seus leitores se deparam com tragédias, perdas, luto, morte e trauma. O autor apresenta personagens que se encontram num mundo violento, muitas vezes em momentos-chave de suas vidas. E, diante de tanta agressividade, eles precisam fazer as escolhas mais difíceis: escapar desse cenário ou tentar sobreviver a qualquer custo?
QUANDO OS PRÉDIOS COMEÇARAM A CAIR – MAURO PAZ
Solano, o protagonista deste romance, trabalha durante o dia como passeador de cães. Às terças e quintas recebe a visita de Georgia, mulher que conheceu em um aplicativo e sobre quem não sabe nada. Até que um caos assola o mundo: os prédios começam a cair. Enquanto o caos global se intensifica, Solano parte numa investigação improvisada, tendo como única pista a mochila esquecida por Georgia em sua casa. Num mundo em que as estruturas estão ruindo, o autor combina mistério e investigação existencial para contar uma história que ecoa poderosamente questões de hoje e que, com originalidade e a mão firme dos grandes escritores, aponta para um amanhã cada vez mais desprovido de sentido.
Por hoje é só, pessoal!
Te desejamos um ótimo final de semana e agradecemos por você estar aqui. Se temos tanto a celebrar, é porque estamos em ótima companhia. E nunca esquecer: o canto é conjunto.
Até a próxima,
Equipe Aboio